Aplicação da Genética na Agricultura, na pecuária e na Medicina
1.Aplicação da Genética na
Agricultura, na pecuária e na Medicina
Genética
é uma ciência que tem uma larga aplicação em muitas áreas
científicas. A engenharia
genética constitui uma das grandes descobertas de biotecnologia do século XX.
Através dela, é possível intervir na molécula de DNA, modificando-a,
isolando genes de um organismo e introduzindo-os noutro organismo. Esta
tecnologia tem aplicações importantes na medicina, na agricultura
e pecuária.
As
espécies de plantas e de animais que hoje fazem parte da alimentação do Homem
tem passado por um processo de melhoramento deste há milhares de anos,
muito antes de se conhecerem os mecanismos de hereditariedade nos vivos. No
passado, o melhoramento das espécies era feito intuitivamente. Por exemplo,
um camponês, para aumentar o número de grãos de milho na colheita, seleccionava
sementes entre os grãos das espigas maiores ou, se desejava aumentar
peso médio das galinhas, seleccionava os indivíduos maiores mais pesados
para reprodutores.
Graças
ao desenvolvimento da genética, foi possível verificar que quase todos os
atributos de valor económico, nomeadamente a fertilidade de animais e de plantas,
o tamanho e o peso dos grãos dos cereais, a produção de carne, de leite e de
ovos e a resistência a doenças são condicionadas por genes que interagem com
factores ambientais. Através da engenharia genética, os genes são
transferidos de umas células para as outras, criando nelas
modificações genéticas.
Deste
modo, caracteres hereditários de certos seres vivos passam para outros muito
diferentes. Novos genes são introduzidos no genoma de animais e plantas, com a
finalidade de os modificar, tornando-os mais resistentes a uma dada doença ou
adaptados a novos ambientes, ou mais rentáveis. Estes seres, geneticamente modificados, denominam-se
seres transgénicos.
A
aplicação da genética nas plantas é imensa e tem em vista melhorar as características
agronómicas, tais como:
§Resistência a insectos
– As
pragas de insectos que representam uma ameaça constante as
culturas, obrigando a repetidas pulverizações contra insectos
em cada época de cultura, o que aumenta os custos de produção e provoca
poluição ambiental, para além de criar resistência a certos
pesticidas. Assim sendo, opta-se pela utilização de plantas resistentes
a insectos, diminuindo o custo de produção e os riscos de poluição
ambiental.
§Resistências a herbicidas:
– As
plantas infestantes provocam redução da produção das culturas
agrícolas. Para controlar o seu crescimento é necessário usar herbicidas.
No entanto, estes só podem ser aplicados antes da sementeira, pois são
tóxicos para as culturas. Cultivando plantas
resistentes a herbicidas, o
controlo das infestantes é mais eficaz,
aumentando por isso a
produção.
§Resistência a condições adversas do ambiente:
– As
plantas estão fixas ao solo e este seu estado de imobilidade sujeita-as
a todo o tipo de condições ambientais extremas, tais
como: temperatura alta ou baixa, luz solar intensa, alagamento, secura
e outras. As plantas resistentes a diferentes condições adversas permitem
a utilização de terrenos não aproveitados e aumenta a produtividade,
beneficiando as populações pobres de países
com condições climáticas
desfavoráveis.
§Melhoramentos das
qualidades nutritivas:
– Praticamente
todos os nutrientes
essenciais à alimentação humana podem ser obtidos a partir de uma
dieta vegetal. Contudo uma dieta simples baseada quase exclusivamente na ingestão
de cereais (arroz, trigo, e milho), como acontece em muitos países
em desenvolvimento, origina graves deficiências nutritivas.
A
produção de variedades transgénicas de arroz com níveis elevados de ferro e de vitamina
A (cuja falta provoca, respectivamente, atraso no desenvolvimento intelectual
e cegueira) diminui, em grande parte, as carências nutritivas nas populações
que têm como base alimentar o arroz. A produção de plantas com
níveis maiores nutritivos constitui, portanto, um meio de aumentar o consumo
equilibrado dos nutrientes essenciais por parte da população.
A
aplicação da engenharia genética pode contribuir para o melhoramento e produção
de novos alimentos.
A aplicação da genética na
pecuária tem contribuindo muito para gerar benefícios para a
humanidade. Na medida em que a engenharia genética contribuiu
muito no melhoramento das espécies ao obter animais resistentes a picadas
de insectos e de carraças assim como, a criação de animais maiores ou carne
de boa qualidade, mais férteis. Uma das técnicas que foi utilizada em mamíferos
é a transgénese, que consiste em introduzir o gene seleccionado num óvulo
fecundado.
Usando
a transgénese que consiste em introduzir, um gene seleccionado para ser colocado
num óvulo fecundado do coelho, cabra ou vaca é o da hormona de crescimento.
O resultado é uma aceleração no crescimento destes animais (transgénicos),
que atingem um tamanho maior relativamente aos animais em que
não se aplicou a técnica.
Estas
medidas vieram resolver os problemas que durante vários séculos, os produtores
tinham na selecção de raças e linhagens de animais domésticos, a fim
de aumentar a frequência de genes favoráveis economicamente, pois este tipo
de selecção é muito lento, necessitando esperar o crescimento dos animais ate
à idade de procriação. No caso dos bovinos, que levam quatro anos a atingir esta
idade, um programa de melhoramento tradicional envolve décadas de trabalho
e pode não alcançar os objectivos pretendidos.
No
campo da medicina, a Genética ocupa um papel importante, principalmente na
prevenção de doenças hereditárias e no fabrico de produtos farmacêuticos.
A prevenção das doenças hereditárias dos seres humanos depende
da determinação
do genótipo dos progenitores. Existem exames bioquímicos que permitem
detectar a existência de determinados genes nos indivíduos. Conhecendo-se
o genótipo do casal ou dos ancestrais e parentes, pode-se estimar
a probabilidade de o homem ou a mulher serem portadores de genes
causa dores de doenças ou de virem a ser afectados pela doença.
Na indústria farmacêutica, a engenharia genética tem
uma importância fundamental na transformação de bactérias para a
produção de medicamentos, hormonas e outros.
Aplicação da engenharia
genética na produção de medicamentos
A engenharia genética tem um campo de acção muito vasto.
Através
dela, é possível
alterar o genoma de microrganismo, de células vegetais e de células animais
para beneficio da humanidade em várias áreas. Contudo, esta potencialidade
enorme da engenharia genética tem provocado preocupações e receios
de eventuais perigos que possam recair para o ambiente e para a sociedade. Para colmatar a aplicação desenfreada desta tecnologia e salvaguardar o equilíbrio
global da biosfera, muitos governos criam regulamentos com normas de
segurança em Biologia e Biotecnologia.