As formas de exploração económica: o papel das companhias monopolistas
1.As formas de exploração económica: o papel das companhias monopolistas:
As
potências europeias para melhor explorarem as suas colónias adoptaram o sistema
do uso de
companhias.
Instalada
a administração colonial em África passou-se a fase seguinte: o aproveitamento dos espaços, a exploração da riqueza e
a utilização da mão-de-obra africana nos projectos coloniais.
A
fase mais avançada do capitalismo fez-se sentir em África pelo domínio de
poderosos grupos económicos que dirigiam as companhias monopolistas -
sociedades que detinham o monopólio de certos produtos, tinham muito
dinheiro e pretendiam investir para aumentar seus lucros.
Os
governos europeus usaram as companhias monopolistas para explorar as suas
colónias.
Por este sistema, as
companhias privadas eram concedidas partes de territórios africanos para explorar
seus próprios recursos em nome das potências colonizadoras. Deste modo, as companhias
contribuíram para a estabilização do sistema colonial porque asseguravam a pacificação
nos seus domínios e ao mesmo tempo exploravam os recursos minerais e a força de
trabalho. Esta foi uma tentativa de os europeus explorarem de forma barata o
continente africano.
1.2.As particularidades do colonialismo português: caso de
Moçambique:
Portugal
não acompanhou o crescimento económico tal como outras
potências europeias. Nos finais do século XIX e princípios
do século XX, Portugal aproveitou as ambições e rivalidades
das principais potências imperialistas para se aliar e fazer acordos através dos
quais recebia grandes apoios.
Portugal,
país de fraco poder económico, não conseguiu ocupar e administrar Moçambique sozinho.
Por isso, acabou por conceder poderes a algumas companhias majestáticas/monopolistas
de outras super potências. Em Moçambique existiram dois tipos de
companhias a saber:
Companhias
majestáticas que gozavam de muitos poderes nos territórios arrendados, pois cobravam
impostos, recrutavam a mão-de-obra, faziam a manutenção da defesa e segurança no
território e desenvolviam actividades económicas. São exemplos a companhia de Moçambique
e a companhia de Niassa.
Fig-01.Companhias monopolistas
em Moçambique
Companhia
arrendatária - tinha poderes reduzidos nos territórios arrendados, apenas
exerciam actividades
económicas. Estas aceleravam a ocupação efectiva e por outro lado, Portugal esperava
ver seu território desenvolvido no final do contrato.
Exemplo: a companhia do Zambeze.
Assim, entre 1891/2 deu aos capitalistas belgas, ingleses, franceses, alemães e belgas alguma parte de Moçambique que compreende as regiões entre os rios Zambeze e Save – companhia Majestática de Moçambique (Manica e Sofala), companhia Majestática do Niassa (Niassa e Cabo Delgado) e a companhia de Zambézia (Tete e Zambézia). Nampula, Gaza, Inhambane e Maputo, foram territórios directamente administrados por Portugal, isto é, montou a administração directa.
E mais na região Sul de Moçambique, o particularismo português consistiu no capital agrícola e mineiro sul-africano sustentando a sua economia através da venda da força de trabalho para a África do Sul, da qual obtinha ganhos, não só no processo de venda, como também, através da cobrança de impostos.