As formas de exploração económica: o papel das companhias monopolistas, quarta aula de História 10ª classe

 As formas de exploração económica: o papel das companhias monopolistas


1.As formas de exploração económica: o papel das companhias monopolistas:

 

As potências europeias para melhor explorarem as suas colónias adoptaram o sistema do uso de companhias.

Instalada a administração colonial em África passou-se a fase seguinte: o aproveitamento dos espaços, a exploração da riqueza e a utilização da mão-de-obra africana nos projectos coloniais.

A fase mais avançada do capitalismo fez-se sentir em África pelo domínio de poderosos grupos económicos que dirigiam as companhias monopolistas - sociedades que detinham o monopólio de certos produtos, tinham muito dinheiro e pretendiam investir para aumentar seus lucros.

Os governos europeus usaram as companhias monopolistas para explorar as suas colónias.
Por este sistema, as companhias privadas eram concedidas partes de territórios africanos para explorar seus próprios recursos em nome das potências colonizadoras. Deste modo, as companhias contribuíram para a estabilização do sistema colonial porque asseguravam a pacificação nos seus domínios e ao mesmo tempo exploravam os recursos minerais e a força de trabalho. Esta foi uma tentativa de os europeus explorarem de forma barata o continente africano.

 

1.2.As particularidades do colonialismo português: caso de
Moçambique:

 

Portugal não acompanhou o crescimento económico tal como outras potências europeias. Nos finais do século XIX e princípios do século XX, Portugal aproveitou as ambições e rivalidades das principais potências imperialistas para se aliar e fazer acordos através dos quais recebia grandes apoios.

Portugal, país de fraco poder económico, não conseguiu ocupar e administrar Moçambique sozinho. Por isso, acabou por conceder poderes a algumas companhias majestáticas/monopolistas de outras super potências. Em Moçambique existiram dois tipos de
companhias a saber:

Companhias majestáticas que gozavam de muitos poderes nos territórios arrendados, pois cobravam impostos, recrutavam a mão-de-obra, faziam a manutenção da defesa e segurança no território e desenvolviam actividades económicas. São exemplos a companhia de Moçambique e a companhia de Niassa.

 

Companhias monopolistas em Moçambique


Fig-01.Companhias monopolistas em Moçambique

Companhia arrendatária - tinha poderes reduzidos nos territórios arrendados, apenas exerciam actividades económicas. Estas aceleravam a ocupação efectiva e por outro lado, Portugal esperava ver seu território desenvolvido no final do contrato.


Exemplo: a companhia do Zambeze.


Em Moçambique, a penetração colonial, na sua maior parte, foi feita através do uso das companhias, as quais ocupavam 2/3 do território Moçambicano. Portugal país de fraco poder económico não conseguia sozinho administrar um território tão vasto como Moçambique.
Assim, entre 1891/2 deu aos capitalistas belgas, ingleses, franceses, alemães e belgas alguma parte de Moçambique que compreende as regiões entre os rios Zambeze e Save – companhia Majestática de Moçambique (Manica e Sofala), companhia Majestática do Niassa (Niassa e Cabo Delgado) e a companhia de Zambézia (Tete e Zambézia). Nampula, Gaza, Inhambane e Maputo, foram territórios directamente administrados por Portugal, isto é, montou a administração directa.
E mais na região Sul de Moçambique, o particularismo português consistiu no capital agrícola e mineiro sul-africano sustentando a sua economia através da venda da força de trabalho para a África do Sul, da qual obtinha ganhos, não só no processo de venda, como também, através da cobrança de impostos.
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