As contradições entre o bloco socialista e o bloco capitalista (a guerra fria), vigexima setima aula de História 10ª classe

As contradições entre o bloco socialista e o bloco capitalista (a guerra fria)


1.As contradições entre o bloco socialista e o bloco capitalista (a guerra fria):



A 2ª Guerra Mundial provocou alterações que conduziram uma nova realidade política mundial. O reforço da hegemonia americana e a expansão do mundo socialista deram origem ao antagonismo entre os dois blocos políticos militares. Daí o mundo dividiu-se em dois blocos: o Ocidental, liderado pelos EUA e o Oriental, ou do Leste liderado pela URSS.

A partir de 1947, começaram a surgir desentendimentos entre os EUA e a URSS. Depois da 2ª Guerra Mundial, os objectivos económicos, políticos e militares das duas superpotências levara a divisão da Europa e do mundo em duas zonas de influência política e económica.

 

Europa capitalista e Europa Socialista


Fig.01-Europa capitalista e Europa Socialista


De um lado, encontravam-se países que seguiam o capitalismo liberal, apoiados pelos EUA e, do outro, os países que seguiam a ideologia socialista, sob influência e domínio da URSS. Perante esta situação, o mundo começou a caminhar para uma política de blocos. O bloco do Leste era defensor do socialismo e era liderado pela URSS e o bloco Ocidental era de tendência capitalista, liderado pelos EUA.


Os EUA com o seu poder económico, tentaram conter a influência soviética sobre a Europa e, com o fim de ajudar a reconstruir uma importante parte do velho continente devastado pela guerra, lançaram o Plano Marshallem 1947 (programa de ajuda económica e financeira).

O objectivo deste plano era o relançamento da economia europeia para acabar com a penúria financeira e melhorando o nível da população. Para pôr em prática o plano Marshall, foi criada em 1948, a Organização Europeia de Cooperação Económica (OCDE) com a função de distribuir ajuda americana pela França, pela Inglaterra e pela Itália, os países mais beneficiados. Porém, nem todos os países
aceitaram esta ajuda.

 

 

George Marshall (1880-1959)

Fig.02-George Marshall (1880-1959)

 

A Europa do Leste, afecta à URSS, não entrou neste plano considerando que esta ajuda limitava a expansão do poder comunista na Europa e que dividiria o mundo em dois grupos de estados e dificultaria as relações mútuas. Os países da influência soviética, pressionados por Moscovo e pela Finlândia, recusaram o convite para a conferência de paris, para organizar a acção dos beneficiários do plano.


O convite foi aceite por 16 países da Europa Ocidental. Foi nesta altura que se concretizou a divisão da Europa: de um lado dos países que aceitaram o Plano Marshall, do outro, os que recusaram sob influência soviética. Portanto, a URSS e os países da Europa do Leste recusaram a ajuda dos EUA constituindo em 1949, o COMECON (Conselho de Assistência Mútua). Esta organização tinha como objectivo promover o desenvolvimento integrado dos países comunistas, sob direcção da URSS.


Os países abrangidos pelo Plano Marshall e a OCDE e os países da COMECON, funcionavam como áreas transaccionais, coesas e distintas uma da outra. Deste modo, a divisão do mundo em dois blocos antagónicos consolidou-se, tal como se consolidou também a liderança das duas superpotências.



2.As origens da guerra fria:

A Guerra fria foi um período de relações internacionais marcado pelos antagonismos e tensões entre as duas potências (EUA e URSS).
A 1ª tomava acções para evitar o expansionismo soviético e a 2ª considerava-se ameaçada pelo imperialismo dos EUA. Estes factos provocaram constantes conflitos sempre perto de um confronto real. A situação era agravada pela corrida as armas nucleares e a ataques verbais.


Apesar de participarem na guerra como aliados, foi notória uma mútua desconfiança entre as duas superpotências do pós guerra.

 

Bandeiras das duas superpotências (EUA e URSS) com as suas ideologias


Fig.03-Bandeiras das duas superpotências (EUA e URSS) com as suas ideologias

 

Abandonando o confronto bélico directo, os EUA e a URSS passaram a cultivar outro tipo de confrontação centrado ao nível das ideias (capitalismo e comunismo), a corrida ao armamento, a corrida espacial e sobretudo o controle de vida dos povos na sua esfera de influência.


O que estava em causa era a disputa e ocupação de determinados pontos chaves do globo, de forma a evitar que a potência rival se expandisse. Estes pontos eram locais, que pela sua situação estratégica, pela existência de matérias primas indispensáveis (ex. petróleo) ou por serem áreas de mercado rendoso, constituíam zonas de fricção entre as duas superpotências. A confrontação entre as duas superpotências decorreu em vários níveis:


- Ideológico – o combate às ideias capitalistas e comunistas;


- Económico: Em 1947,os EUA criaram o Plano Marshall para a recuperação económica e assegurar a expansão do capitalismo. Em 1949 a URSS recusou o plano americano e com os países do Leste da Europa criaram o COMECON;


- Político – militar: corrida aos armamentos e desenvolvimento de armas modernas. No plano mais alto da confrontação foram criados novos blocos militares rivais. Em 1949 os EUA, criaram a NATO- (OTAN) Organização do Tratado do Atlântico Norte, por outro lado, a URSS e os seus aliados criaram em 1955 o Pacto de Varsóvia.

 

Observa o mapa abaixo.

 

O bloco do Oeste e o bloco do Leste em 1956


Fig.4-O bloco do Oeste e o bloco do Leste em 1956


No plano interno, em ambos os lados, cria-se um clima de desconfiança de repressão contra todas as manifestações de simpatias pelo bloco oposto. Os dois blocos vigiavam-se e espionavam-se um ao outro através de polícias secretas CIA (Serviço Secreto de Informação dos EUA) e a KGB (Organização de Serviços Secretos da União Soviética).

 

3.Manifestações da guerra Fria:



A Alemanha seria o palco mais grave dos conflitos. Quando os EUA, Inglaterra e França decidem criar em 1948 a República Federal Alemã, concedendo ao povo germânico a possibilidade de se criar um estado economicamente forte, a URSS contesta estas decisões alegando que iam contra os acordos de Potsdam. Como represália, a URSS, isola Berlim Ocidental (encerramento da estrada que ligava Alemanha Ocidental). Os EUA e seus aliados montaram uma ponte aérea ininterrupta para abastecer Berlim Ocidental ameaçando com intervenção militar caso os soviéticos impedissem os voos.

 

Construção do murro de Berlim/Murro da vergonha


Fig.03-Construção do murro de Berlim/Murro da vergonha


Devido a fuga dos orientais para o ocidente, em 1961 construi-se o muro de Berlim, também conhecido por Muro de vergonha que simbolizava não só a divisão da Alemanha, como também de toda a Europa. Em Novembro de 1989 foi destruído o Muro de Berlim como resultado do melhoramento das relações entre os blocos. Em Outubro de 1990 a Alemanha foi reunificada.

 

a)A Guerra da Coreia (1950-1953):

 


Tropas da ONU combatem na guerra da Coreia


Fig.04-Tropas da ONU combatem na guerra da Coreia



As tropas da Coreia do Norte do regime comunista invadiram a Coreia do sul. Os EUA apoiados pela ONU intervieram militarmente a favor da Coreia do sul. A guerra estava quase ganha pelos EUA, quando a China, que se tinha tornado comunista, interveio a favor da Coreia do norte. O mundo nessa altura à beira de uma nova guerra mundial desta vez com armas nucleares.


b)A Guerra do Vietname (1954-1973):


O Vietname do Norte sob direcção de Ho Chi Min reivindica a unidade de todo o Vietname. Os EUA preocupados com a escalada da guerrilha comunista no Vietname do sul enviaram conselheiros para apoiarem o governo deste país. Pouco a pouco os americanos foram se envolvendo no conflito devido aos bombardeamentos que sofreram na tentativa de reunificar o Vietname do sul e do Norte. Os EUA acabaram retirando-se do conflito em 1973.


3.A crise dos mísseis em Cuba (1959):



Depois de uma revolução chefiada por Fidel Castro, instalou-se neste país um regime comunista, às portas dos EUA. Os americanos apoiavam sucessivos movimentos contra-revolucionários cubanos. Isto levou a URSS a conceder um apoio incondicional a Cuba, instalando na ilha vários mísseis nucleares apontados para o coração dos EUA. O presidente Kennedy ordenou um bloqueio Naval contra Cuba e exigiu que a URSS retirasse os mísseis. A URSS retirou os mísseis, mas em contrapartida, os EUA comprometiam-se a não interferir nos assuntos internos de Cuba.

 

Mísseis implantadas em cuba


Fig.05-Mísseis implantadas em cuba


Explicação:

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