Teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos
1.Teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos
Depois
da teoria científica da origem da vida, temos a teoria sobre a origem e evolução
dos seres vivos. Os dados existentes sobre a a evolução são limitados, por isso
limitamo-nos à pesquisa experimental. Várias hipóteses acerca da origem
dos seres vivos foram surgindo ao longo do tempo, fortemente influenciadas
por princípios religiosos, filosóficos e culturais.
Há duas hipótese para justificar
a origem os seres vivos:
a)Fixista ou fixismo: as espécies são imutáveis;
b)Evolucionista ou
evolucionismo:
As
espécies recentes são o resultado de modificações lentas que
ocorrem nos seres vivos e se foram acumulando ao longo do tempo.
1.1.Fixismo ou criacionismo:
O
fixismo que também se chamava criacionismo refere que as espécies surgiram
tal como se conhecem no presente e mantiveram-se imutáveis ao longo
do tempo, sem originarem novas espécies. Os fixistas acreditavam no criacionismo,
enquanto outros defendiam a geração espontânea.
O
criacionismo é doutrina acerca da origem dos seres vivos. Esta teoria fundamentava
suas hipóteses da seguinte forma:
a)Todas as espécies foram
criadas ao mesmo tempo por um Ser infinito;
b)Durante a criação, asespécies
tinham as mesmas características que apresentam actualmente.
O surgimento de restos
fossilizados de novas espécies, em estratos de rochas com
diversas idades,mexeu com os seguidores do criacionismo. Na tentativa de conciliar
os dados revelados pelo estudo dos fósseis com as ideias fixistas, George
Cuvier propôs, no final do século XVIII, a teoria do catastrofismo.
1.2. Teoria do catastrofismo:
Seguindo
a origem do nome catástrofe, (acontecimento acompanhado de mortes ou
ruínas ou ainda grandes desgraças), teoria que defendia que uma sucessão de cataclismos
tinha atingido a Terra, destruindo todos ou quase todos os seres vivos
existentes. Devido a uma força divina, a terra teria sido repovoada, após cada
cataclismo, com formas de vida diferentes das existentes anteriormente. Nesta
óptica, o catastrofismo explicava o surgimento de determinadas formas fósseis
em alguns estratos mais antigos das rochas e a sua ausência em estratos mais
recentes.
3.Geração espontânea:
Foram
muitas as teorias formuladas para explicar a evolução dos seres vivos. A palavra
espontânea representa aquilo que acontece voluntariamente ou seja aquilo
que não é força do nem é aconselhado.
Foi
em função das crenças do filosofo grego Aristóteles (384 a.C.) – acreditava que,
em algumas condições, a vida podia surgir espontaneamente a partir de matéria
sem vida, como por exemplo carne, frutas ou queijo em decomposição, ou
mesmo de lama, por acção de um “principio activo” que actuava sobre essa matéria
– hipótese da abiogénese. Esta explicação dáorigem dos seres vivos perdurou
durante vários séculos.
4.Evolucionismo:
Muitos
cientistas não concordaram com os princípios da geração espontânea. Um
deles foi Francesco Redi (1926-1697), biólogo italiano, que tentou demonstrar
experimentalmente que essa ideia era falsa e que a vida só se origina a
partir de outra vida pré-existente. Acreditava que as lavras que apareciam na carne
em decomposição surgiam de ovos que tinham sido depositados por moscas
e não por geração espontânea. Redi efectuou experiências para provar as suas
suspeitas e constatou que: dias depois cada larva originou um casulo, que mais
tarde se rompeu, deixando sair uma mosca. Foi a partir desta experiência que
Redi realizou uma experiência para testar a sua hipótese sobre a origem das larvas.
a)Experiência de Redi:
A
experiência de Redi ajuda-nos a perceber a origem de organismos, como surgem
alguns seres em determinados locais.
Redi colocou carne em
estado de putrefacção em frascos de boca larga; alguns destes
ficaram abertos e outros foram tapados com gaze (tecido leve e transparente).
Observou
que as moscas se juntavam à volta dos frascos, entrando livremente nos
que estavam abertos. Depois de algum tempo, verificou que na carne destes frascos que estavam tapados
com gaze, onde as moscas não conseguiam entrar, não apareceu nenhuma larva. Redi
demonstrou que os seres vivos observados na carne eram provenientes de outros
seres vivos. Este facto era a favor da teoria da biogénese. Biogénese
é teoria que defendia que a vida se originava somente de outra vida pré-existente.
Fig.01-Experiência de Redi
b)Experiência de Pasteur:
Foram
muitas as teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos. Os cientístas envolvidos
na investigacão da origem da vida, foram cruzando seus trabalhos porque
encontravam uma similaridade nos resultados nas suas pesquisas.
A teoria da biogénese foi
reforçada com os resultados da experiência do cientista francês Louis
Pasteur (1822-1895). Ele preparou quatro balões de vidro,
contendo caldo de carne, excelente meio de cultura para micróbios.
Esticou
os gargalos dos balões, curvando-os de modo a que tomassem a forma de
“pescoço de cisne”. (Císne é uma ave palmípede, corpulenta, da familia dos anatídeos pertecentes a
espécies selvagens ou domésticas). Com esta experiência Pasteur, provou
que as condições da terra actual não ocorrem a geração espontânea. Provou
também que qualquer forma de vida surge de outra pré-existente. Sendo assim
pós o fim da geração expontânea.
Fig.01-Experiência de Pasteur
5.Transformismo:
É
impressionante como cada cientista se envolveu com o seu trabalho para melhor
percepção das suas crenças. A partir do século XVII, os cientistas foram tomando
consciência de que o fixismo não justificava a grande diversidade dos seres
vivos e tentaram encontrar outra explicação para a existência de um número
tão elevado de espécies diferentes. Foi assim que deponta a teoria de transformista,
com o seguinte teor:
a)Os primeiros seres vivos eram mais
simples e teriam sofrido
modificações
ao longo do tempo.
Esta
teoria revolucionou o pensamento de que as espécies não evoluiam. Antes pensava-se
que as espécies eram imutáveis. Mas, com o transformismo percebeu-se
que as espécies adaptavam-se em função do ambiente, mudanças climáticas,
entre outros factores.
O
transformismo, baseado nas evidências obtidas pelo estudo das espécies actuais
e pela análise dos fósseis, contrariava a imutabilidade das espécies actuais
e abria caminho para o evolucionismo.
A teoria evolucionista é
hoje aceite pela maioria dos biólogos, pela grande variedade
de testemunhos que a apoiam.
Fig.03-Evolucionismo
5.1.Teoria de Lamarck/Lamarckismo:
O
cientista Lamarck, nas suas teorias, usou como base dois princípios
fundamentais. Estes
serviram de sustento para as ideias na formulação das suas teorias. Jean
Baptiste de Monet, cavaleiro de Lamarck (1744-1829), taxonomista francês,
apresentou a primeira teoria fundamentada na evolução dos seres vivos.
Este
foi bastante criticado, não tendo conseguido derrotar o fixismo.
A teoria de Lamarck, para
explicar a existência da evolução, pode resumir-se em
dois princípios fundamentais:
a)Lei do uso e do desuso;
b)Lei da herança dos caracteres adquiridos;
5.2.Lei do uso e do desuso:
As
teorias deste cientista (Lamarck) consideravam que o ambiente condicionava a
evolução, levando ao aparecimento de características que permitiam que os indivíduos
se adaptassem às condições em que vivem.
Segundo
a lei, a necessidade de usar um órgão em determinado ambiente acaba por
provocar modificações nesse mesmo órgão (um órgão é muito usado, desenvolve-se,
enquanto quando não é muito usado atrofia ou encolhe). Lamarck considerava
que as serpentes teriam perdido os membros porque estes dificultavam
a deslocação através da vegetação densa. Como não eram utilizados,
foram-se atrofiando, até ao desaparecimento total.
Segundo
a lei do uso e desuso, a primeira lei de Lamarck, as girafas
desenvolveram o pescoço por
terem necessidade de o esticar em busca de alimento.
Fig. Lei de uso e
desuso-serpentes e girafas, segundo Lamarck
5.3.Lei da herança dos
caracteres adquiridos:
As
alterações que se produzem nos indivíduos, como consequência do uso ou desuso
dos órgãos são hereditárias, transmitindo-se à descendência. As
ideias de Lamarck foram contestadas relativamente aos seguintes aspectos:
a)A lei de uso e desuso, embora válida para alguns órgãos, como os
músculos, não explica todas
as modificações;
b)A lei da herança dos caracteres adquiridos não se verifica
experimentalmente. A
modificação de um órgão, adquirida durante a vida de um ser vivo, não é
transmitida à descendência.
Actualmente,
embora se reconheça que o uso ou desuso de um órgão altera o seu
desenvolvimento, sabe-se que essas características afectam apenas a parte somática
do indivíduo, não passando para o material genético.
Só
as alterações do DNA presentes nos cromossomas transportados pelos gâmetas são transmitidas
à descendência. Um argumento decisivo contra o lamarckismo foi
a falta de comparação científica. Nenhuma das experiências conhecidas,
efectuadas na tentativa de comprovar os testes
lamarckistas, deu resultado.