Protecção dos ecossistemas
1.Protecção dos ecossistemas:
A
acção do ser humano nos ecossistemas da Terra é actualmente muito
intensa. O ser humano, ao intervir nos ecossistemas de uma forma
descontrolada, põe em risco a sobrevivência e o desenvolvimento das gerações futuras. Por isso,
se quisermos continuar a usar os recursos naturais temos que conservá-los, no
sentido de conseguir um desenvolvimento sustentável, isto é, um
desenvolvimento que vá ao encontro das necessidades das pessoas
no presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem
as suas necessidades.
No
sentido de permitir um desenvolvimento sustentável, o ser humano tem vindo
a desenvolver acções que visam a protecção e a conservação da Natureza.
Dessas acções destacam-se
algumas, como:
-Criação de áreas
protegidas;
-Tratamentos de resíduos
sólidos;
-Tratamento de águas
residuais;
-Controlo biológico das
pragas.
4.6.2.Criação de áreas protegidas:
As
áreas protegidas destinam-se à preservação da fauna e da flora selvagens, dos
espaços naturais e dos habitats, assim como à protecção dos recursos naturais
contra todas as formas de degradação. Em Moçambique, estas zonas
designam-se por áreas de protecção ambiental e podem ser classificadas em
parques nacionais e reservas naturais.
Os
parques nacionais são espaços de grande beleza paisagística onde se preserva
o meio ambiente com fins educacionais, científicos, recreativos e culturais.
São exemplo de parques nacionais moçambicanos: Banhine, Zinave, Limpopo, Bazaruto, Gorongosa e Quirimbas. As reservas naturais são áreas criadas para proteger espécies
raras da flora e da fauna, ameaçadas e em risco de extinção, como,
por exemplo, as Reservas Naturais
de Maputo, de Marromeu, do Gilé, do Niassa e do Pomene.
Fig.01-Áreas protegidas
4.6.3.Tratamento de resíduos sólidos:
Resíduos sólidos constituem
aquilo a que chamamos lixo. São matérias sólidas sem utilidade, supérfluas
ou perigosas, geradas pela actividade humana. Podem ser
de vários tipos:
Resíduos
provenientes em grande parte do lixo doméstico, como restos de alimentos,
folhas, sementes, restos de carne e de ossos;
Resíduos que demoram muito
tempo para se degradarem, como plásticos, vidros e matérias de construção.
Resíduos tóxicos, como o
lixo radioactivo e o lixo hospitalar.
Em
muitos lugares do mundo, os resíduos sólidos ainda são lançados em lixeiras
tradicionais, sem qualquer tratamento. Este modo de proceder é extremamente
nocivo à saúde do ser humano e ao ambiente em geral.
Para minimizar o impacto da
acumulação de resíduos, deve-se proceder a sua recolha e tratamento, de
forma a garantir as condições de segurança e melhorar as
condições de vida das populações.
As
lixeiras tradicionais têm sido substituídas por aterros sanitários. Nestes,
o solo
é protegido primeiro por uma camada impermeável artificial ou natural, sobre
a qual os resíduos vão sendo depositados e cobertos periodicamente com terra
até atingirem a capacidade do aterro. As condições de funcionamento do aterro
são permanentemente controladas, de modo a garantir que não haja contaminação
do ar, do solo ou das águas.
Os
resíduos radioactivos e hospitalares precisam de receber tratamento especial, para
evitar danos ao ambiente e à saúde das pessoas. Não existe ainda uma solução
inteiramente segura para se guardar o lixo radioactivo, sendo este por vezes
depositado em contentores selados, à espera que se encontre uma solução definitiva.
O lixo hospitalar deve ser incinerado.
Fig.02-Tratamentos de residios sólidos
4.6.4.Tratamento de águas residuais:
Esgotos
ou águas residuais são águas que apresentam as características naturais alteradas,
devido à utilização humana e que provêm das casas, das indústrias e de
recintos comerciais.
As águas residuais podem ser tratadas em ETAR (Estacão de Tratamento de Águas Residuais) através de processos físicos, químicos e biológicos, antes de serem lançadas para o meio ambiente. Desta forma, não prejudicam os ecossistemas.
Fig.03-Tratamento de águas e residuais
4.6.5.Controlo biológico das pragas:
O
controlo de pragas na agricultura é muitas vezes feito através da aplicação de insecticidas
e pesticidas, que também matam outros animais, como abelhas e outros
insectos ecologicamente importantes e contaminam o solo e a água. Além
disso, fazem com que as pragas adquiram resistência, exigindo doses mais altas
ou produtos mais tóxicos.
Um
método não poluente e que acarreta prejuízos mínimos ao meio ambiente é o
controlo biológico, técnica utilizada para combater espécies nocivas à agricultura através do uso
dos seus inimigos naturais, como insectos predadores ou
parasitas que atacam a espécie que esteja a causar danos às plantas.
Através
deste método, por exemplo, as plantações de cana-de-açúcar podem ser protegidas
de certas espécies de insectos comedores das folhas através do uso de fungos
parasitas desses insectos. A forma mais utilizada de controlo biológico é o
controlo de pragas de insectos por outros insectos.
A
vespa Aphidius colemani é uma vespa parasita que
põe um avo afídio, insecto que ataca as culturas. A larva
da vespa devora o afídio por dentro, deixando-o imobilizado.
Fig.04-Controlo biológico das pragas