A conferência de Paris e o Tratado de Versalhes
1.A conferência de Paris e o Tratado de Versalhes
I. A conferência de Paris:
Terminada
a guerra, os países vencedores reuniram-se numa conferência em Paris (França), em
Janeiro de 1919.
Estavam presentes os representantes
de 27 países ou Estados (aliados) que tinham participado na guerra ao
lado da Tríplice Entente. Mas as decisões importantes foram tomadas
pelos países vencedores da 1ª Guerra Mundial e os países vencidos não foram convidados.
A
conferência de Paris reuniu-se para elaborar uma ordem de trabalho que
garantisse uma paz duradoira e derrubar o mais depressa possível o poder dos
sovietes na Rússia e não permitir a experiência da Rússia se repetisse em
outros locais do mundo.
Fig.01-Representantes dos EUA, Inglaterra, Itália e França
Nesta conferência participaram 30
representantes dos países, mas as quatro potências são as que tomaram as
principais decisões:
-Inglaterra (Lloyd George),
-Itália (Orlando) e
-França (Clemenceau).
A Rússia esteve ausente neste encontro
apesar de ter jogado um papel importante nas operações militares durante a
guerra.
II.O Tratado de Versalhes:
Após a rendição da Alemanha, os países da
Tríplice Aliança assumiram-se como vitoriosos e iniciaram um conjunto de
iniciativas para regulamentar a paz. Os países vencedores reuniram-se numa
conferência de paz onde prepararam vários tratados.
O mais importante foi o Tratado de Versalhes, assinado a 28 de Junho de
1919.Depois de se ser elaborado o tratado, os países vencidos foram convidados
apenas para tomarem conhecimento e assumirem, já que não podiam contestá-lo.
O tratado de Versalhes constituiu uma
autêntica humilhação para Alemanha porque foi considerada grande responsável
pela guerra e tinha que cumprir com as seguintes penalizações:
-Alemanha devia devolver à França Alsácia
e Lorena, anexadas em 1871 e outros territórios à Dinamarca;
-Alemanha perdia todos os territórios
conquistados na Europa ricos em terras férteis, carvão e do zinco;
-A Alemanha foi proibida de ter
submarinos, artilharia pesada e aviões militares;
-Perde as suas colónias conquistadas no
Sudoeste africano e na África Oriental e são partilhadas pela França,
Inglaterra, Bélgica, Portugal e Japão no oriente;
-O serviço militar
obrigatório foi proibido e o efectivo militar reduzido; foi obrigada a pagar
elevadas indemnizações que atingiram a soma de 123 biliões de marcos em 1921;
2.A Sociedade das Nações (SDN) e o seu fracasso:
A SDN foi um projecto
idealizado pelo presidente W.Wilson dos EUA, na conferência de paz de 1919.
O projecto de uma liga de nações proposto pelo presidente Wilson, nos catorze
pontos do seu programa, concretizou-se em Abril de 1919, ano da criação da
Sociedade das Nações (SDN), com a sede em Genebra (Suíça).
2.1.A SDN tinha como principais
objectivos:
- Preservar a paz e a
independência política dos estados-membros;
- Garantir a protecção
das minorias nacionais;
-Desenvolver a
cooperação entre as nações;
-Garantir-lhes a paz e
segurança;
-Manter relações internacionais baseadas na justiça
e na honra;
-Promover a cooperação financeira, social e
cultural entre as nações;
-Organizar o
desarmamento total, etc.
Fig.2-Criação
da Sociedade das Nações
A SDN revelava o
empenhamento dos países na cooperação entre si, na promoção do desarmamento
e na solução dos conflitos via arbitragem pacífica. Os estados-membros reuniam-se
regularmente em assembleia-geral.
Destes
estados-membros apenas cinco (5) formavam o conselho (França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e EUA). Os EUA viriam, porém, a desistir da SDN dando lugar a China, encarregada
de gerir conflitos que ameaçavam a paz.
Nem
Alemanha nem qualquer dos vencidos, nem a Rússia Soviética foram chamados a colaborar
na SDN. Como estados-membros, a Alemanha e a Rússia entraram mais tarde, em 1926
e 1934, respectivamente.
Apesar
dos esforços para defender a paz, a SDN não conseguiu atingir esse objectivo
nem evitar
esses conflitos entre os países. Assim a
não integração dos EUA na SDN, por um lado, e por outro, a falta de um exército próprio, constituem
principais motivos do seu fracasso.